quinta-feira, 2 de junho de 2011

Amor.

"Ninguém aqui tem uma definição sobre o que seria o amor, certo? Dizem que é Roma escrita ao contrário, mas Roma não era um lugar de muito amor em seu auge, convenhamos. Então, prefiro acreditar que amor seja a inexplicável sensação de insistir numa situação que, em outras circunstâncias, já seria dada como perdida.

O amor, meus amigos, é uma guerra. Não é uma canção do Roupa Nova — isso é breguice. Não tem nada a ver com café na cama — isso é gentileza. Passa longe de ter filhos — isso é vontade de passar os próprios genes adiante. O amor tem mais a ver com engolir em seco durante uma discussão infundada pensando que aquele lado perverso e ignorante da pessoa é pequeno diante de outros tantos tão bons.

Amor é raciocínio, reflexão, estratégia, foco. Quem faz besteiras e culpa o amor só quer arrumar um álibi fácil, uma desculpa que não tem como ser contestada. “Querido, vi uma ligação de mulher no seu celular e botei fogo na jaqueta que você trouxe de Nova York.
Depois, vi que era sua irmã. Desculpe, mas tenho ciúmes porque te amo tanto…” ou “Amor, quebrei a casa toda achando que você estava me botando guampa com o leiteiro, até descobrir que não existe mais leiteiros. Entenda, eu tenho medo de perder, te amo tanto…”.

Parem de culpar o amor, ora bolas. Assumam suas inconstâncias, suas inseguranças, suas infantilidades. Aceitem que são neuróticos obsessivos, controladores e que morrem de medo de se entregar por um medo maior ainda do abandono iminente. O amor, companheiros e companheiras, é justamente o amor que nos aterra de vez em quando, não é o que nos joga para o alto e nos faz flutuar. O nome disso é irresponsabilidade.

Se tem uma coisa que o amor não é, é justamente mágico. Não tem nada de mágico no amor. Nada de improvável, de inexplicável. O amor é o dia a dia da conquista, algo sacal, de tentar eternamente entender o outro, de não jogar tudo pro alto quando essa seria a alternativa mais fácil. O amor não é fácil. Ele exige. Exige disciplina, dedicação, inteligência e uma dose monstruosa de paciência.

Por isso é para poucos e raros, é para fortes de espírito e cabeça. A maioria quer do amor apenas uma hipotética e redentora recompensa, como se ele fosse uma espécie de deus bonachão e generoso. Pelo contrário: os sacrifícios no seu altar são os sangrentos. E ele quer até a última gota do último e mais forte grito."

(Thompson Holmes)

Achei simplesmente PERFEITO! :)